A Shorin-ryu e o Karate esportivoAtualmente a WKF (World Karate Federation) considera como "oficiais" apenas quatro estilos de Karate.
A Shorin-ryu e o Karate esportivoAtualmente a WKF (World Karate Federation) considera como "oficiais" apenas quatro estilos de Karate. Esses quatro são considerados os estilos de Karate tradicional japonês e, apesar de o Shorin-ryu ser mais antigo do que muitos deles; tendo, inclusive, dado origem ao estilo Shotokan; não entra nesse rol porque nunca foi aceito no arquipélago principal do Japão, sendo considerado pelos japoneses como um estilo de Karate de Okinawa.
Parece um contra-senso, já que o Karate, enquanto arte marcial, nasceu em Okinawa. Mas o fato de o estilo Shorin-ryu ser batizado em homenagem a um templo budista chinês, e o fato de ainda utilizar muitas palavras em chinês somado ao reconhecimento de suas raízes chinesas, faz com que o Japão, sinófobo como sempre foi, tenha se recusado a aceitá-lo no rol de estilos tradicionais.
A recente aproximação entre Japão e China, com o pedido de desculpas do Japão pelas atrocidades cometidas contra a China durante a Segunda Guerra Mundial, aumentou as esperanças dos atletas do estilo Shorin-ryu de que seu estilo finalmente receba o reconhecimento que merece e seja aceito no rol dos estilos tadicionais de Karate japonês, podendo fazer parte da WKF.
A importância de se ser aceito como um estilo reconhecido na WKF está nas competições de Kata, onde apenas os Katas praticados pelos estilos aceitos são permitidos. Os praticantes do estilo Shorin-ryu (bem como de outros estilos não aceitos) vêem-se obrigados a tomar uma dessas duas atitudes, caso queiram competir nessa modalidade: ou aprendem e executam Katas de um dos estilos aceitos; ou, na hora de nomearem o Kata que irão fazer, dizem o nome japonês do correlato Kata Shotokan e são avaliados pelo embusen semelhante, já que, como foi demonstrado, os Katas da Shotokan (bem como todos os estilos derivados do Shotokan, que é o caso do Wado-ryu), vêm de modificações do estilo Shorin-ryu feitas por Gichin Funakoshi, a fim de fazer o Karate ser aceito no arquipélago principal do Japão. Já o Goju-ryu e o Uechi-ryu, possuem katas próprios em função de possuirem uma origem própria a partir de Naha, em Okinawa, e Fukien, na China, e distinta do Shorin-Ryu.
Uma alternativa aos atletas do estilo é a WUKF[28] (World Union of Karate-Do Federations), entidade anterior à WKF, que havia entrado em declínio no início da década de 1990, mas que vem sendo revitalizada nos últimos cinco anos; anteriormente, já foi conhecida como WUKO (World Union of Karate-Do Organizations). A WUKF inclui no rol de estilos por ela reconhecidos como tais, além dos aceitos pela WKF, também os estilos Shorin-ryu, Uechi-ryu, Kyokushinkai e Budokan. Embora a WUKF conte com menos integrantes e países filiados do que a WKF, enquanto o Karate não integrar as Olimpíadas de fato, não haverá qualquer diferença real entre as duas federações, que promovem campeonatos mundiais e internacionais independentes uma da outra. Se, contudo, o Karate vier a integrar os Jogos Olímpicos, apenas atletas filiados à WKF poderão obter índice olímpico, visto que esta entidade é a única reconhecida pelo COI.
Os estilos de Karate reconhecidos pela WKF (com seu ano de registro no Butokukai[carece de fontes?] do Japão) são:
Goju-ryu (1933);
Wado-ryu (1938);
Shito-ryu (1939);
Shotokan (1939).
Embora o Karate não tenha conseguido os três quintos de votos do Conselho do COI (Comitê Olímpico Internacional) necessários para se tornar um esporte olímpico, como obteve o voto de mais da metade dos países componentes do conselho, adquiriu o status de aspirante às Olímpíadas[29], podendo vir a ingressar nelas num futuro próximo. Daí a expressão "Karate Olímpico". A principal justificativa dos conselheiros que votaram contra a aceitação do Karate como esporte olímpico foi justamente o fato de haver uma grande multiplicidade de estilos com regras diferentes, o que dificultaria uma competição unificada que abrangesse a todos. O fato é que nas competições de Shiai Kumite (luta de competição), as diferenças de estilo não têm grande importância, mas, nas competições de Kata, têm. É provável que, enquanto os principais estilos dessa arte marcial (aí incluído o Shorin-ryu, visto ser um dos mais antigos e praticados no mundo) não deixarem de lado suas disputas internas por poder e se reunirem visando um consenso acerca do Karate enquanto esporte, o Karate nunca venha a integar os Jogos Olímpicos. Um bom exemplo a ser seguido seria o do Taekwondo, que conseguiu integar as Olimpíadas depois de acertos internos entre seus diversos estilos.
Após as Olimpíadas de Atenas, em 2004, ficou decidido que, em 2008, o Karate e o Squash integrariam os Jogos no lugar de Baseball e Softball, mas alguns países componentes do conselho interno do COI, como Estados Unidos e Japão, onde os esportes que seriam excluídos têm grande aceitação, foram contra a troca e se basearam na votação que não atingiu os três quintos para vetarem a entrada dos dois novos esportes no rol das disputas de Beijing.
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